Roberta Borges
Roberta Borges nasceu em Porto Alegre, RS, Brasil, em 1963. Desde sua adolescência está ligada ao mundo do surf e das ondas.
A percepção, o olhar diferenciado ao movimento das ondas é proveniente de sua formação como surfista profissional (ela foi a primeira campeã brasileira em 1985) , e toda essa intimidade com o mar se transforma num instigante trabalho fotográfico de muita força e expressão.
Frequentou várias escolas de fotografia e centros de arte, em 2010 recebeu um dos mais importantes prêmios de fotografia do Brasil, na Categoria Revelação do Ano com a série “Passatempo”, em que a artista capta a cena num espaço de tempo e, por ser num horário de pouca luminosidade, ela deixa o diafragma da câmera aberto por um período maior, fazendo com que a coloração da foto fique em tons pastel, sem o brilho do sol.
O resultado é de uma delicadeza ímpar.
Em seu último projeto artístico denominado “Lastlight”, pelo qual recebeu o prêmio Medalha de Ouro no A’Design Award & Competition 2018/2019 na Itália, Lago di Como, ela explora a importância das questões de preservação ecológica e ambiental do mar.
O projeto visa mostrar a poluição oceânica nos dias de hoje, onde cada onda clama por atenção, através de suas formas e movimento, como se estivessem pedindo ajuda no escuro.
Foram necessários 8 anos de trabalho, captando as imagens em condições especiais: luz, maré, volume das ondas, vento, entre outras.
A foto final não passa por extensa pós-produção, ela enfatiza a captura da imagem que deve ser realizada com precisão, pois a luz ideal aparece apenas alguns momentos antes do anoitecer.
No mesmo ano de 2019, em que recebeu o prêmio na Itália , apresentou seu trabalho em um vernissage na Galeria Nathalie Duchayne, em St Tropez.
Para Roberta, seu desafio criativo foi encontrar uma maneira de abordar a realidade poluída do oceano de forma artística. Seu principal obstáculo era criar imagens que impactassem as pessoas de maneira subliminar.
“O uso de fotografias reais e dramáticas deve convencer uma ampla gama da sociedade cultural que tem um papel importante na ação social. Percebi que poderia usar a luz e as trevas como uma metáfora da vida e da morte referente ao oceano.”
A maior parte de seus trabalhos são realizados em Garopaba, Santa Catarina, Brasil. Roberta possui um estilo de vida low profile, onde o mar, a natureza e o cuidado na sua preservação, são sua maior fonte de inspiração.
Para saber mais
Adorei os depoimentos/conversas da Roberta. Ela é uma pessoal muito especial e o trabalho dela reflete bem isso.