Com simples espelhos, água e cento e cinquenta luzes Yayoi Kusama conseguiu produzir efeitos surpreendentes e complexos em sua instalação Fireflies on the Water. A quietude produzida pelos espelhos de água no chão e pequenas luzes que se assemelham a vagalumes nos passa a impressão de estarmos numa noite de verão.
A artista tem 83 anos e um trabalho enorme e obsessivo (característica e melhor arma de sua síndrome psíquica). Estes padrões que dominam o espaço e vão até o infinito fazem parte de suas alucinações de quando tinha 10 anos e que ela considerava aterrorizantes – mas as formas repetitivas a ajudaram a superá-las.
A exposição “The Vision of Fantasy That We Have Never Seen Is This Splendor” será realizada de 30 de julho a 29 de março de 2021 no Museu Yayoi Kusama em Tokio. Muitas das obras são inéditas, criadas nesta última década.
Um aparte – temos Yayoi Kusama aqui no Brasil também: o ‘Narcissus Garden’ (2009) em Inhotim é uma versão de uma escultura originalmente apresentada em 1966 para a Bienal de Veneza em uma participação extraoficial da artista (quando ela montou, clandestinamente, a instalação em um gramado). No Inhotim são 500 esferas de aço inoxidável, que flutuam sobre um espelho d’água, deixando ao vento, chuva e outros fatores externos a criação das formas e reflexos da exuberante natureza ao entorno.